sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Smartphones: escravidão

Eu não sou escritora, acho que é por isso que demoro tanto a escrever alguma coisa aqui, além de precisar da ajuda da inspiração, preciso não ter preguiça para escrever. E unir essas duas coisas em um dia, é difícil.

Porém, ultimamente venho observando o quanto não me dou bem com mudanças de tecnologia e sempre sou a última a fazer isso.

Há alguns anos venho ouvindo as pessoas falarem sobre android. Era um tal de android pra lá e android pra cá e eu sempre observando com cara de tabacuda as pessoas falarem e eu imaginando um robô cibernético vindo do espaço (o que é?! essa é minha visão de infância de um android!).

Tenho observado também que a cada dia, nos lugares onde eu frequento, as pessoas estão usando mais seus celulares, que agora deram um nome bonito de smartphones.

O fato é que há alguns dias meu pai liga para mim e fala que comprou um celular que homem nenhum no mundo sabe usar e que tinha android (eu pensei: poxa! agora preciso pesquisar sobre isso, até meu pai já entrou na vibe do android). Meu pai fez várias observações sobre o seu brinquedinho novo, nas quais eu ri bastante, ele não sabia nem fazer uma ligação em menos de 10 minutos, mas estava feliz pela nova aquisição!

Tenho um celular há mais ou menos uns 4 anos, mas celular mesmo, não um desses com nome bonito que inventaram agora. Ele sempre atendeu todas as minhas necessidades, eu precisava realmente de um novo, mas sempre tinha dó só de pensar em abandonar meu velho companheiro de longas datas.

O problema é que eu sou uma viciada em redes sociais, quando peguei no novo smartphone do meu pai (não sei, mas aquilo deve ter uma espécie de mandinga),  eu não conseguia mais soltar o troço, eu instalei aplicativos, jogos, etc. Eu, simplesmente, não conseguia parar de usar ao ponto de tomar posse do smartphone do meu pai, coitado não teve nem a oportunidade de "brincar" um pouquinho com ele.

Fica parecendo que quem não tem um smartphone hoje em dia, não é uma pessoa sociável. No último sábado, na hora do almoço com os amigos no intervalo da aula, todos sentaram na mesa, não trocaram uma palavra, pegaram os celulares e ficaram lá verificando todo o mundo virtual deles (inclusive eu!).

Ontem à noite, na comemoração do aniversário de um amigo, me peguei jogando angry birds. ¬¬'

No trabalho todos estão com celulares android, passamos a maior parte do tempo falando sobre aplicativos que achamos, comentando que vimos uns aos outros pelo google latitude no final de semana e mechendo nos nossos androids.

Eu, realmente, começo a me sentir um android. Estamos trocando a boa e velha companhia dos amigos, pela companhia virtual deles. Eu virei escrava desse smartphone. Acordo checando meus emails, vou dormir olhando posts no google reader. Brigo com qualquer pessoa que tente tirar ele das minhas mãos. E, mato quem me desconcentrar na hora de jogar angry bird.

Sem falar nas ilhas sociais que se formaram nesse universo. Você pode ser da turma do android, do iphone, do blackberry e afins. Mas, para não se tornar um cidadão sem "conversa" na mesa, você tem que ter um smartphone.

Acaba um monte de gente (como meu pai!) comprando por status, nem sabem usar o troço, nem sabem sobre metade das funcionalidades daquele dispositivo (eu me incluo nesse padrão!), mas tem que ter um pra poder abrir a boca e falar aos berros que tem um android, um blackberry ou um iphone. (E?)

Então meu pai comprou outro celular com android, ele não sabe usar, mas ele quer ser um coroa high tech. A próxima aquisição dele é um tablet, eu sempre odiei tablets e, provavelmente, vou roubar o dele.


p.s.: Se você não sabe o que é Android e Smartphone. Clique nos nomes dos respectivos! ;D

domingo, 13 de março de 2011

Aviões no Altas Horas

Ontem à noite, após ver tanta agitação e movimentação das pessoas pelo Twitter por um único motivo: Aviões do Forró estava no Altas Horas, pensei no porque as pessoas não faziam a mesma movimentação quando artistas de qualidade (e de verdade!) apareciam em programas como aquele. Então, resolvi dar minha opinião, na minha página daquele mesmo site: "O que pensar das pessoas que acham o máximo Aviões no Altas Horas?"

O mais engraçado foi ver a polêmica que isso gerou, os fãs alucinados me perguntando qual o problema, dizendo que eu deveria respeitar e entender a diversidade musical.

Tudo bem, pessoal, eu entendo e respeito a diversidade musical, mas não considero Aviões do Forró música. E sinto vergonha alheia de pessoas que cantam euforicamente aquelas letras sem nenhuma qualidade e pudor, com uma criatura que diz ser vocalista e faz pouco caso da sua platéia.

Ele deve ser mais inteligente do que eu, já que ganha muito dinheiro dos seus fãs rindo deles, como eu já vi em shows da mesma banda (sim! eu já fui pra shows de Aviões), 'compondo' músicas sem letra ou com sentidos ambíguos lamentáveis, ou você acha bonito seu irmão ou primo de dois anos cantando aquela palhaçada na maior inocência sem saber do que se trata, estão consumindo o cérebro das nossas pobres crianças.

Eu não tenho nada contra forró, pelo contrário, gosto de dançar, gosto de ouvir e tenho sangue Nordestino na veia, mas estou falando de forró e não dessas bandas criadas hoje, pela mídia, para consumir o seu dinheiro e fazer você gostar do que não presta. Eu tenho certeza que a maioria dos fãs de Aviões e similares, não conhecem o verdadeiro forró, não conhecem artistas consagrados por esse ritmo e que levaram esse ritmo para o mundo, artistas como Sivuca, Luiz Gonzaga, Jorge de Altinho, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, entre outros do mesmo naipe.

Ainda tive que ler que o forró de Gonzaga não segue o ritmo do forró de hoje ou que graça tem ouvir Elis Regina e Roberto Carlos. Não preciso nem comentar sobre opiniões como essa.

É fato, eu não gosto de Aviões, não suporto aquele vocalista que se acha o dono do mundo cantando coisas como 'Deita na BR', 'Senta que é de menta', 'O amor é feito capim', 'Bara bara bara bere bere bere' e fazer sucesso. Pessoal, coloquem a massa encefálica de vocês para funcionar, escutem as letras, escutem a melodia, os arranjos e pensem: Isso é legal?!

É isso que vocês querem deixar pra próxima geração? Aviões do Forró, Garota Safada e seus similares. A geração anterior a nossa deixou a Jovem Guarda, a MPB, os verdadeiros forrozeiros, sem falar nos artistas internacionais. E nós? Vamos deixar 'Senta que é de menta'...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Malditos Intervalos de Confiança!

Esse primeiro post irá tentar ajudar a todos, que como eu, precisam ou precisarão calcular Intervalos de Confiança e não sabem nem o que é isso ou como fazer isso.

Há cerca de um ano e meio eu tento escrever uma coisa chamada de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Eu sei, já faz tempo e eu já deveria ter terminado isso. O problema é que sou uma grande preguiçosa e me dou muito mal com palavras.

Ao longo da minha caminhada tive inúmeras dificuldades, mas a maior delas foram os malditos Intervalos de Confiança. Afinal, o que são e para que servem eles? Se você jogar esse termo no Google irá encontrar muitas definições, mas se você for como eu (uma pessoa que detesta cálculos e não entende fórmulas facilmente, muito menos definições de fórmulas), terá grandes problemas. Ao pesquisar sobre o termo encontrei uma definição no site da Wikipédia: 
"Em estatística, um intervalo de confiança (IC) é um intervalo estimado de um parâmetro estatístico. Em vez de estimar o parâmetro por um único valor, é dado um intervalo de estimativas prováveis. Quão prováveis são estas estimativas é determinado pelo coeficiente de confiança. Quanto maior a probabilidade do intervalo conter o parâmetro, maior será o intervalo."

E uma linda fórmula: 
\Pr(U<\theta<V|\theta)=x (onde x é um número entre 0 e 1)

Após ler essa definição e ver essa fórmula surgiram mais dúvidas do que soluções. Eu, realmente, precisava de ajuda, por isso, procurei meu professor de Estatística e Probabilidade, cadeira que eu paguei em 2006.2 e sempre acreditei que ela não me serviria para nada. Descobri que, para obter o Intervalo de Confiança de um dado eu precisaria saber a Média e o Desvio Padrão (Mais nomes estranhos para complicar o caminho) dos mesmos. Eu tinha muitos números e até consegui aprender a calcular todos esses nomes feios (Para mim, estas coisas deviam estar na lista de palavrões), nem se eu nunca mais saísse de casa conseguiria terminar esses cálculos no prazo estimado, então pedi ajuda aos amigos, alguém deveria ter um script que fizesse isso, e consegui, porém, o script só calculava a Média e o Desvio Padrão, eu continuava sem solução para os malditos Intervalos de Confiança e eu, definitivamente, não iria fazer aquilo no braço.

Então, descobri que com uma Planilha de Texto (Eu usei o Excel!), conseguiria fazer aquilo facilmente (E odiei meu professor de Estatística e Probabilidade, por não ter me ensinado daquela maneira). Para calcular os Intervalos de Confiança no Excel é simples:
Clique na Figura para aumentá-la
Dessa forma, você consegue de maneira fácil e rápida obter o seu Intervalo de Confiança com uma Planilha de Texto. Nesse momento, você deve estar se perguntando: O que é esse Nível de confiança? E como conseguir o Desvio Padrão?

O Nível de Confiança é a probabilidade de que o Intervalo de Confiança tenha o valor do parâmetro autêntico. Na minha pesquisa eu adotei o valor de 95% para o Nível de Confiança da informação, ao converter (Você tem que converter para calcular na Planilha de Texto), chega-se a esse valor de 0,05. 

Para descobri o Desvio Padrão, primeiro você precisará saber a Média dos seus dados, com essa fórmula:
\overline{x} = \dfrac{1}{n}\sum_{i=1}^n x_i = \dfrac{x_1+x_2+\cdots+x_n}{n}
E assim, poderá usar essa outra fórmula para obter o seu Desvio Padrão Amostral: 
s = \sqrt{\dfrac{1}{n-1} \sum_{i=1}^n (x_i - \overline{x})^2}
Por que o Desvio Padrão Amostral? Porque, no meu caso, eu tinha dados que iam de  \operatorname{x}_1,\dots,\operatorname{x}_n . Se você pretende saber apenas o Desvio Padrão de uma variável aleatória, pode usar essa fórmula:
\overline{x} = \dfrac{1}{n}\sum_{i=1}^n x_i = \dfrac{x_1+x_2+\cdots+x_n}{n}

Assim como eu, sei que vocês não entenderam nada do que falei acima. Então, esqueçam!

Com a Planilha de Texto, dá pra conseguir esses dados rapidamente, e o melhor, sem a necessidade de entender para que serve essas fórmulas (Para a felicidade de vocês, no meu caso, eu tive que aprender e só depois descobri a maneira fácil de ser feita). Para calcular a Média é simples:
Clique na Figura para aumentá-la
E o Desvio Padrão segue da mesma maneira:
Clique na Figura para aumentá-la
Essa Planilha de Texto disponibiliza muitas fórmulas para cálculos diferenciados, você só precisa colocar um sinal de "=" na célula que você quer que o resultado apareça, no meu caso, usei as seguintes operações: =INT.CONFIANÇA(parâmetros), =MÉDIA(parâmetros) e =DESVPAD(parâmetros) e, entre parênteses, colocar os dados necessários para a obtenção dos resultados, exigidos pela fórmula que pretende usar.

Após conseguir gerar todos os Intervalos de Confiança necessários, era precisa colocá-los num gráfico. Encontrei diversos programas que fazem isso, mas todos eram versões pagas e eu não ia comprar um programa para fazer isso. Eu não conseguia informações na web sobre a Planilha de Texto que eu estava usando, precisava saber se ela dava suporte a criação de gráficos com os Intervalos de Confiança. Quando eu desisti, consegui descobrir que a Planilha de Texto dava suporte à criação desses gráficos, e o maior incentivo para a criação deste blog foi essa descoberta, porque eu não consegui achar em lugar algum essa informação, por isso, decidi disponibilizá-la.

Vou seguir a premissa que todos os leitores já saibam gerar gráficos numa Planilha de Texto. Então, colocar Intervalos de Confiança no seu gráfico é simples e grátis, assim:
Clique na Figura para aumentá-la
Com o seu gráfico selecionado, clique na aba Layout > Análise > Barra de Erros, aparecerá vários tipos de barras de erros que você pode usar, a escolha fica a seu critério. E o melhor, você nem vai precisar calcular todos os Intervalos de Confiança, ao escolher a opção Barra de Erros com Porcentagem o seu gráfico já é gerado automaticamente, de acordo com os dados que você tem e uma porcentagem de erro de 5%. Mas, se assim como eu, você já calculou e já tem os seus Intervalos de Confiança, para não ter um trabalho inútil, você pode clicar em cima de qualquer barrinha do seu gráfico com o botão direito e selecionar "Formatar série de dados" e aparecerá a aba "Barra de Eixos Y", clique em "Personalizar" e "+" e selecione as células de variação positiva e, em "-" e selecione as células de variação negativa.

Após toda essa saga, conclui que o Excel é uma ótima ferramenta quando o assunto são cálculos ou gráficos, dá pra fazer muita coisa de maneira fácil e rápida. Graças a essa ferramenta conclui os meus cálculos e gráficos em uma semana, quando na primeira vez que tentei fazer perdi dois meses. E, para que você, ao tentar fazer o mesmo que eu, não perca dois ou mais meses, decidi ajudá-lo.

Espero ter ajudado, qualquer dúvida coloquem nos comentários. 

Ah! Eu não sou 'expert' com Planilhas de Texto, não entendo de Intervalo de Confiança, muito menos de Desvio Padrão e não sei escrever. Por isso, relevem!

Todas as fórmulas que aparecem neste post foram tiradas das seguintes páginas: