quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dá-me

Uma bela tentativa de definir o amor, escrito pela minha grande amiga Luana Barros:


"Dá-me uma definição do que é o amor! Então me dá uma definição EXATA do que é o amor.

Para Machado de Assis, “A melhor definição do amor não vale um beijo”; para Clarice Lispector, “No amor, a riqueza está na doação mútua”; Renato Russo já dizia que “Se o amor é verdadeiro não existe sofrimento; ao contrário de Russo, Zé Ramalho cantava que o sinônimo de amar é sofrer”.  Mas, para Camões, aquele que é mais citado entre os apaixonados como o criador do melhor poema que explica mais a fundo o significado do amor, “Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.”

Identificou-se com todas as descrições?! É, eu também! Mas ainda não encontrei a definição exata do que seja esse sentimento chamado “amor”, onde, por dó, todos andam citando como se fosse um “boa noite” ultimamente.

Bem, o que posso dizer é que a explicação exata, para descrever esse sentimento, não existe! Acredito que descrever-lo seria a mesma coisa que descrever o sentido da vida ou o quê e como é deus. Não faz sentido procurar explicar essas coisas, a gente simplesmente sente. Para cada pessoa, o amor é diferente. Assim como amor entre pais e filhos, entre irmãos, primos e amigos. Às vezes amamos mais um amigo do que um parente próximo.

Talvez o amor seja isso: algo sem explicação. No entanto, entre casos e acasos, estamos sempre nos identificando com algo que escrevem sobre ele. Quem nunca amou ou sofreu uma decepção e começou a ver a descrição do seu sentimento, ou estado emocional, em cada frase posta nas redes sociais, em uma música ou até mesmo um poema?! Ao mesmo tempo, quando o momento passa, discordamos, por vezes, do que foi dito e que antes nos identificávamos.

Mas, peraí! Emocionalmente e apaixonadamente falando, ainda há outra pergunta: Só amamos uma vez, por toda a nossa vida e exageradamente até a eternidade, desde a maternidade; a mesma pessoa, como é descrito na composição da música “Eu Sei Que Vou Te Amar” (cantada por Vinícius De Moraes) e “Exagerado” (cantada por Cazuza) ou, é como diz Florbela Espanca, “Quem disser que pode amar alguém durante a vida inteira é porque mente”?

Bem, partindo de um refletir sobre todas essas descrições acima do que é esse sentimento, dei conta que cada um sente seu amor diferente e o descreve como tal. Mas, ao mesmo tempo, é parecido ao ponto de outras pessoas se identificarem com o que já foi escrito sobre ele.

Parafraseando tudo que acima foi citado, pra mim, o amor é uma criança levada que te faz feliz e sorridente; que te contagia a cada momento, te emocionando a cada passo de sua evolução e convivência; que te faz ficar de bem com a vida e levá-la contentimente com um ar contagiante de alegria por onde passa, fazendo, assim, você enfrentar os seus problemas diários com mais calma; é algo que te faz evoluir e amadurecer. Entretanto, essa criança levada te dá trabalho em alguns momentos; faz raiva e até mesmo chorar, te deixando com os nervos à flor da pele por ter desobedecido ou ter te decepcionado por algo- afinal de contas, ninguém é perfeito e nem veio à esse mundo para suprir completamente a necessidade dos outros. 

No entanto, é com essa criança que penetramos no sentido da vida e aprendemos a ser melhores, pois o amor- seja lá como ele for ou quantas vezes vierem em forma de ser- se não fizer o bem, o mal servirá como aprendizagem.


Luana Barros"

sábado, 6 de julho de 2013

Inveja

Não sei vocês, mas eu morro de inveja das pessoas. Eu queria ser um pedaço de cada pessoa interessante que conheço.

Queria ter a loucura da Tati Bernardi. A inteligência da Juliana Cunha. O romantismo da Patricia Corso. A safadeza do Paulo Bono. A intensidade da Adriana Calcanhotto. Ser piegas como a Verônica Heiss. Ter a malandragem inteligente do João Arthur. E, principalmente, a sensatez do Petrônio MedeirosEssas pessoas me encantam e eu as odeio por nunca conseguir ser metade do que elas são. No fim, sou somente eu, com toda a minha preguiça.

Recordo a infância e lembro que nunca soube responder a simples pergunta: o que você quer ser quando crescer? Não deviam fazer uma pergunta tão complexa a uma criança que acredita em fada do dente e papai noel. Não deviam deixar um adolescente de dezessete anos, que acredita que aos trinta estará rico e bem de vida, escolher sobre o que quer fazer pro resto da vida. Eu tenho vinte e cinco anos e ainda não sei o que quero fazer na vida! (E não, eu não me orgulho disso!)

Lembro-me da sensação que tinha ao ser questionada por uma simples e avassaladora pergunta como essa: Me sentia impotente. Tenho o mesmo medo que tinha, aos cinco anos de idade, e ainda continuo sem saber a resposta.

O que eu quero ser? Mas, isso é tão difícil! Como uma pessoa indecisiva e movida por momentos  pode saber o que quer ser? Eu não sei e talvez nunca saiba.

Acontece sempre do mesmo jeito, a vida me leva e eu vou como um covarde que não sabe se impor. A vida diz faça e eu faço, como um robô programado que só sabe seguir os comandos impostos a ele. E eu sempre acho que sofro do mal da humanidade: Déficit de Atenção.

Queria ser muito inteligente. Falar outro idioma. Saber o que quero fazer da vida. Tocar algum instrumento. Cantar. Compor. No entanto, vivo de começos e nunca levo nada adiante.